Neemias 9.1-10.39
INTRODUÇÃO:
O texto que lemos foi escrito por Neemias, que era copeiro de Artaxerxes I, rei da Pérsia no período de 465 a 424 A. C. Os historiadores acham que a falta de menção do nome de sua esposa, pode nos levar ao fato de que Neemias provavelmente era eunuco.
Ao receber notícias sobre o estado de desolação de Jerusalém, que fora totalmente destruída, por ocasião do cativeiro de Judá pela Assíria, Neemias obteve permissão para ir para sua própria pátria, sendo nomeado governador e com a função de restaurar os muros da cidade que estavam em ruínas.
Neste capítulo que lemos os muros já se encontravam devidamente restaurados e Neemias foi movido por Deus para coordenar uma grande reforma religiosa, que modificaria o padrão de relacionamento de seu povo com Deus. Vemos no texto lido e nos versículos seguintes algumas condições para que uma reforma religiosa possa ser bem sucedida:
I - PARA UM REAVIVAMENTO, É NECESSÁRIO O POVO VOLTAR À CONTRIÇÃO. Vs. 9.1-2
"1 E, no dia vinte e quatro deste mês, ajuntaram-se os filhos de Israel com jejum e com sacos, e traziam terra sobre si. 2 E a descendência de Israel se apartou de todos os estrangeiros, e puseram-se em pé, e fizeram confissão pelos seus pecados e pelas iniqüidades de seus pais".
Contrição: Definição Dicionário Aurélio Eletrônico: "Espécie de arrependimento pelas próprias culpas ou pecados, motivado pela caridade sobrenatural ou amor de Deus". Contrição nada mais é do que quebrantamento do
homem na presença de Deus.
Um dos maiores impedimentos da operação de Deus no coração humano é o orgulho, que se manifesta até mesmo na vida espiritual do servo de Deus. Deus não pode operar em nós quando nos mantemos orgulhosos, soberbos, Sl 138.6, "Ainda que o Senhor é excelso, atenta todavia para o humilde; mas ao soberbo conhece-o de longe".
Uma das condições para a operação de Deus em nós é o quebrantamento, a humilhação em sua presença. Significa nos desvencilharmos de nosso orgulho, nos despindo de nosso eu e nos vestirmos de sacos, colocando nosso rosto no pó (real humilhação). Esta e a condição que quebranta o coração de Deus em favor de seus filhos.
Vamos nos quebrantar diante do Senhor, permitindo que seu Espírito nos corte por dentro, varrendo todo lixo do orgulho e da presunção.
II - PARA UM REAVIVAMENTO, É NECESSÁRIO LEVAR O POVO A REFLETIR SOBRE A BONDADE DIVINA. Vs. 9.6-15
Esquecemos com muita facilidade o bem que recebemos de Deus. Não devemos viver apenas de "sombras do passado", porém é certo que nosso passado com Deus vai influenciar de forma positiva nosso futuro. Se olharmos com atenção tanto para o VT, como para o NT, veremos que há mandamentos específicos para voltamos nossos olhos para as operações de Deus no passado de seu povo.
Devemos atentar para a bondade de Deus em nosso favor, não somente relembrando bênçãos passadas, mas também recebendo bênçãos presentes. Deus tem algo novo a cada manhã para entregar a seus filhos. Paulo escrevendo aos Romanos disse: "Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado", Rm 11.23. Deus é bondoso e quer o bem de seus filhos.
III - PARA UM REAVIVAMENTO, É NECESSÁRIO LEVAR O POVO A RECONHECER A SUA PRÓPRIA PERVERSIDADE. Vs. 9.33,
"Porém tu és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; porque tu tens agido fielmente, e nós temos agido impiamente".
A confissão de Neemias "temos agido impiamente", retrata muito bem a condição do povo de Deus naquela época. Antes de vir o cativeiro a nação havia se desviado terrivelmente da Palavra do Senhor. Tinham feito aliança com nações ímpias e absorvido seus ídolos; não havia justiça social, uma vez que o pobre e necessitado era marginalizado; os profetas de Deus eram desprezados e alguns até mortos por proclamarem a verdade e tantos outros pecados. Com o cativeiro, Deus estava disciplinando seu povo. E que forma dura de disciplina? onde mães viram seus filhos serem vazados à espada pelos inimigos, suas casas destruídas, o próprio Templo do Senhor feito em ruínas, os mais jovens sendo levados cativos para servir como escravos, etc.. Em Hb 12.6, "Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho".
Enquanto o povo de Deus não reconhece seu estado pecaminoso, confessando seus pecados ao Senhor, dificilmente haverá uma restauração, e avivamento. A maneira de atrairmos as bênçãos de Deus está na confissão e arrependimento verdadeiro de nossos pecados: 2 Cr 7.14, "E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra".
IV - PARA UM REAVIVAMENTO, É NECESSÁRIO LEVAR O POVO A UMA FIDELIDADE EM CONTRIBUIR PARA A OBRA DE DEUS, E EM ORAR. Vs. 10.35-39
O dízimo (ou primícias) era a contribuição exigida pela lei, para que a obra de Deus pudesse ser levada avante. Neste tempo os filhos de Deus estavam sem contribuir e conseqüentemente se colocaram à disposição do devorador, que produz a extrema miséria naqueles que são negligentes em suas contribuições para a obra de Deus.
Não pode existir restauração, avivamento, quando o povo de Deus é negligente em suas contribuições. Muitas são as razões alegadas pelos filhos de Deus para recuarem em suas contribuições: Dizimo é coisa da lei. Porém o Deus que deu a lei é o mesmo do NT, e Deus não é contradizente, nem tem duas palavras. Se o dízimo era a contribuição exigida por Deus na antiga aliança, hoje ele é o mínimo que podemos dar, pois vivemos uma aliança superior à antiga. Jesus não censurou os fariseus por darem o dízimo, até mesmo os incentivou, Mt 23.23, " Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas".
Outro ponto é o seguinte: Deus não quer suas sobras, mas sim sua primícias, Pv 3.9-10, "9 Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; 10 E se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares". Se você tem dado somente sobras para Deus, saiba de algo: Você terá que aprender também a viver de "sobras", pois o que você semeia, certamente colherá, II Co 9.6, "E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará". Poderíamos parafrasear o versículo citado da seguinte maneira: "O que semeia sobras, sobras também ceifará". O que podemos concluir é que não há justificativas que sejam plausíveis, que possam nos levar a reter nossos dízimos e ofertas. Um verdadeiro avivamento começa com o quebrantamento de nosso bolso para a obra de Deus. É com nosso dinheiro que os pastores, missionários, evangelistas, pregadores, etc., serão sustentados em seus ministérios na obra de Deus
CONCLUSÃO:
1. Você quer um avivamento na tua vida e nesta Igreja?
2. Você está disposto a pagar o preço?
Buscar um quebrantamento na presença de Deus? Arrepender-se de seus pecados? Colocar seu dinheiro à disposição do Senhor? Neemias levou o povo a um avivamento real em seu tempo, porque estas condições foram cumpridas pelo povo de Deus.
Fora destas condições, o que podemos ver são apenas "lampejos" de avivamento, que podem até mesmo levar o povo às emoções, porém suas vidas não serão jamais mudadas. Quando o povo permanece rebelde, adúltero, injusto, maledicente, o verdadeiro avivamento está longe de vir.
Compartilhando a Palavra
1.Você esta disposto a pagar o preço para receber um avivamento em sua vida?
2. O que esta Campanha trouxe de bom para a sua vida? Explique.