2 Crônicas 32:1-8
INTRODUÇÃO:
Antes de falarmos sobre estratégias para termos uma Igreja vitoriosa é importante que definamos o conceito de vitória a qual nos referimos.
A Vitória da Igreja, segundo a Palavra de Deus está na sua fidelidade ao Senhor.
Isso independente das suas posses, sua condição financeira, ou do tamanho do seu rol de membros.
Este é o caso, por exemplo das Igrejas de Esmirna (Ap.2:9-11) e de Filadélfia (Ap.3:7-13).
Vejamos o que o Senhor Jesus nos diz sobre Esmirna: (Ap.2:9-11 Agora observemos as palavras ditas acerca de Filadélfia: (Ap.3:8;10-13)
Duas Igrejas tidas como fracas aos olhos da sociedade e até mesmo aos seus próprios olhos. Provavelmente igrejas pequenas, contudo fiéis...
Igrejas vitoriosas, sobre as quais o Senhor não imputa nenhuma acusação, somente elogios e promessas.
Uma considerava-se pobre, mas o Senhor a chama de rica, outra se considerava fraca, mas o Senhor a reconhece como forte... Igrejas verdadeiramente Vitoriosas.
Diante desta pequena introdução acerca do que vem a ser uma Igreja vitoriosa, voltemos ao texto da mensagem...
Aqui encontramos o rei Ezequias traçando uma estratégia para que povo lograsse êxito contra Senaqueribe, rei da Assíria.
Ezequias era um homem de Deus, começou a reinar com 25 anos de idade sobre Israel, e a primeira coisa que fez no seu reinado foi restaurar as portas do Templo do Senhor e santificar os levitas e sacerdotes para trabalhar e ministrar na casa de Deus.
Ele começou o reinado exatamente pelo que era mais importante. O seu primeiro ato foi com relação ao Senhor. Depois, restabeleceu o Culto e a Páscoa.
Indo além, destruiu os ídolos que estavam em Israel, restaurou os dízimos e levantou ofertas para o sustento dos sacerdotes, levitas e para a manutenção do Templo.
O povo foi tão fiel nos seus dízimos e oferta que se formaram montões de mantimentos, a tal ponto que tiveram que construir depósitos, pois eram muitos.
Aí, depois de tanta fidelidade, como nos diz o texto lido, Ezequias estava preparado para enfrentar a sua grande tribulação que estava à porta... Senaqueribe.
Lembremos do que vimos acerca das Igrejas de Esmirna e Filadélfia... Pequenas, pobres, fracas, mas fiéis e cheias do Espírito do Senhor.
Diante disso que já vimos, vamos ainda observar juntos algumas estratégias Divinas para uma Igreja Vencedora. Ezequias usou estas estratégias para vencer Senaqueribe e nós podemos e devemos usá-las para vencer a maldade latente neste mundo atual:
1) TER CONSCIÊNCIA DO PERIGO QUE O INIMIGO REPRESENTA: (Vv.1-2: 1-Depois destas coisas e desta fidelidade, veio Senaqueribe, rei da Assíria, entrou em Judá, acampou-se contra as cidades fortificadas e intentou apoderar-se delas. 2- Vendo, pois, Ezequias que Senaqueribe vinha e que estava resolvido a pelejar contra Jerusalém...)
Vejam bem que a Palavra nos afirma que este cerco que Israel estava sofrendo veio depois da fidelidade do povo.
Ezequias sabia bem quem era Senaqueribe e o que ele fez com os outros povos a quem atacou. Isso fica claro até mesmo pelas palavras que Senaqueribe manda dizer para amedrontar o povo. (Vv.9-15)
Uma Igreja Vitoriosa não é uma Igreja arrogante, mas sim uma Igreja humilde, que reconhece não ter poder contra o inimigo enquanto esse poder não vier do Senhor.
É preciso compreender que o inimigo das nossas almas é perigoso. A Palavra já nos adverte claramente quanto a isso: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar.” (1Pe.5:8)
Nossa luta não é contra carne ou sangue, mas contra principados e dominadores do mal, por isso temos que estar fortalecidos somente no Senhor. (Ef.6:10-12)
Veja bem amados, não precisamos correr amedrontados pelo nosso inimigo, o que precisamos é ter consciência do perigo que ele representa.
A Bíblia não nos instrui a fugir, mas a resistir firmemente ao inimigo. Observemos a Palavra: “Resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.” (1Pe.5:9); e ainda: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tg.4:7)
Ezequias não fugiu de Senaqueribe, contudo ele não desconsiderou o poderio do seu inimigo. Isso lhe fez resistir e agir com prudência e este foi o primeiro passo que ele deu rumo à vitória.
2) ACONSELHAR-SE COM OS SÁBIOS ANTES DE AGIR: (V.3a: ...resolveu, de acordo com os seus príncipes e os seus homens valentes...)
Ezequias, uma vez consciente de quem era Senaqueribe e qual o perigo que ele representava para Israel, antes de abrir o peito à batalha, buscou conselho com os seus príncipes e valentes.
Senaqueribe usou a estratégia diabólica de mentir para o povo dizendo que Deus mandara que destruísse Israel: “Acaso, subi eu, agora, sem o Senhor contra este lugar, para o destruir? Pois o Senhor mesmo me disse: Sobe contra a terra e destrói-a.” (2Re.18:25)
E fez mais, não propôs exatamente uma guerra, mas a princípio, uma aliança na qual o povo se tornaria seu escravo em troca de benesses: “31- Não deis ouvidos a Ezequias; porque assim diz o rei da Assíria: Fazei as pazes comigo e vinde para mim; e comei, cada um da sua própria vide e da sua própria figueira, e bebei, cada um da água da sua própria cisterna. 32- Até que eu venha e vos leve para uma terra como a vossa, terra de cereal e de vinho, terra de pão e de vinhas, terra de oliveiras e de mel, para que vivais e não morrais. Não deis ouvidos a Ezequias, porque vos engana, dizendo: O Senhor nos livrará. 33- Acaso, os deuses das nações puderam livrar, cada um a sua terra, das mãos do rei da Assíria?” (2Re.18:31-33)
É exatamente isso que o diabo faz para tentar enganar a Igreja: Ele diz:
Mas todo mundo não faz?
Em outras Igrejas não é assim?
Mas me sinto bem assim...
Pode ser pecado se eu estou em paz?
Deus não me ama como eu sou, por que eu preciso mudar?
Se é assim, então todo mundo vai para o inferno...
Amados, o diabo é o maior falsário que existe. Ele, se pudesse, enganaria até mesmo os salvos com prodígios e sinais. Os Evangelhos já nos advertem: “21- Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; 22- pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos. 23- Estai vós de sobreaviso; tudo vos tenho predito.” (Mc.13:21-23).
É por isso que não devemos buscar conselhos e sabedoria com ímpios. Pois a ética e a sabedoria do mundo, estão aquém dos valores da Palavra de Deus. Estão impregnadas da mentira e do engano do inimigo.
O Salmo 1 já declara isso ao afirmar: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios...” (Sl.1ª)
A Igreja é uma casa de conselheiros sábios: Pastores, presbíteros, diáconos, homens e mulheres de oração e de conhecimento Bíblico...
Mesmo que nem todos os irmãos tenham alcançado este estágio de sabedoria, ainda assim, temos muitos santos do Senhor que são cheios de prudência e discernimento espiritual.
Ezequias correu para os sábios do seu povo. Aqueles que andavam debaixo do temor do Senhor como ele.
Tem gente que não gosta de aconselhar-se. Isso é fruto da arrogância egocêntrica humana. A Bíblia traz algumas afirmações que precisamos considerar: “Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança.” (Pv.11:14); “Com medidas de prudência farás a guerra; na multidão de conselheiros está a vitória.” (Pv.24:6).
Imagine se Ezequias tivesse ouvido a Senaqueribe? Imagine se ele confiasse que as palavras de Senaqueribe eram palavras de Deus? Imagine se ele não tivesse buscado conselhos com os seus sábios e confiado no Senhor?
A Bíblia afirma: “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte.” (Pv.14:12).
Antes de tomar atitudes mais concretas precisamos sempre buscar conselhos com os nossos irmãos que são sábios. É preciso orar e pedir oração.
3) TAPAR AS FONTES QUE ALIMENTAM O INIMIGO: (Vv.3-4: 3- resolveu, de acordo com os seus príncipes e os seus homens valentes, tapar as fontes das águas que havia fora da cidade; e eles o ajudaram. 4- Assim, muito povo se ajuntou, e taparam todas as fontes, como também o ribeiro que corria pelo meio da terra, pois diziam: Por que viriam os reis da Assíria e achariam tantas águas?)
Esta foi mais uma estratégia abençoada que Ezequias usou para obter vitória contra Senaqueribe. Ele tapou os poços que pudessem abastecer o seu inimigo.
Na Igreja também devemos agir dessa forma. Como? Evitando o falatório e a fofoca acerca da vida dos nossos irmãos. Evitando expor as dificuldades da Igreja para o não crente.
É preciso evitar críticas à liderança e aos irmãos. O inimigo se alimenta disso. Ele usa isso contra a Igreja constantemente.
Por isso é que a palavra nos instrui a amarmo-nos uns aos outros, uma vez que o amor cobre multidão de pecados. “Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados.” (1Pe.4:8).
Isso não significa que vamos fazer vistas grossas ao pecado, temos que exortar ao pecador, mostrar os caminhos de morte pelo qual ele tem caminhado, mas não podemos expor ao inimigo as suas mazelas.
Encobrir multidão de pecados é demonstrar que teremos facilidade em apagar os registros do pecado pelo exercício do amor e do perdão...
Foi isso que Jesus fez conosco: “17- ...Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades, para sempre. 18- Ora, onde há remissão destes, já não há oferta pelo pecado.” (Hb.10:17-18)
Ezequias tapou todos os poços para que o inimigo não tivesse suprimento. Assim devemos também fazer nós, não dando alimento contra nossos irmãos para o inimigo.
4) CONSERTAR O QUE ESTÁ QUEBRADO E FORTALECER-SE: (V.5: Ele cobrou ânimo, restaurou todo o muro quebrado e sobre ele ergueu torres; levantou também o outro muro por fora, fortificou a Milo na Cidade de Davi e fez armas e escudos em abundância.)
Logo de início, Ezequias começou reconstruindo seu ânimo. Uma vez que as ameaças vindas de Senaqueribe eram intimidadoras por demais.
Quando nós olhamos para o que a Igreja requer e para as lutas que enfrentamos para nos mantermos fiéis a Cristo, muitas vezes precisamos reanimar-nos no Senhor, pois não é fácil ser crente nos dias de hoje.
Também é preciso que consertemos as falhas, as roturas que foram se acumulando em nossas vidas.
O Senhor Jesus usa o Apóstolo João para dizer isso à Igreja de Éfeso em Ap.2:2-5: “2- Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; 3- e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer. 4- Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. 5- Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.”
Ao saber da ameaça inimiga, Ezequias partiu para uma reforma total: “...restaurou todo o muro quebrado e sobre ele ergueu torres; levantou também o outro muro por fora, fortificou a Milo na Cidade de Davi...” (V.5)
O conceito de reforma é algo que nos é bem familiar, uma vez que somos uma Igreja Reformada. Isso não significa que somos uma Igreja com uma demão nova de tinta, mas sim que somos uma Igreja que buscou rever sua fé e suas práticas de acordo com o que preceitua a Palavra de Deus.
A reforma das muralhas por Ezequias tem um estreito relacionamento prático com a nossa volta à observância dos preceitos Bíblicos. É o caminhar em santificação. O desenvolver da Salvação a que o Apóstolo Paulo se refere em Fp.2:12: “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor.”
É preciso que restauremos nossas muralhas de fé, nossa vida devocional e de oração, restauremos nossa comunhão com os irmãos. Ezequias ainda mandou confeccionar mais armas – ...e fez armas e escudos em abundância – assim como nós também temos que fazê-lo, empunhando a Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. (Ef.6:17)
5) CONFIAR NA AÇÃO E NO PODER DE DEUS EM NOSSO FAVOR: (V.8a: Com ele está o braço de carne, mas conosco, o Senhor, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras.)
Por fim, veremos a última estratégia que Ezequias utilizou para alcançar a vitória contra o seu inimigo. Ele confiou no Senhor.
Tem alguns textos Bíblicos correlatos a esta narrativa acerca da batalha de Ezequias e Senaqueribe, um deles que me chamou muito a atenção foi relatado pelo Profeta Isaías, em Is.37:14-20: “14- Tendo Ezequias recebido a carta das mãos dos mensageiros, leu-a; então, subiu à Casa do Senhor, estendeu-a perante o Senhor 15- e orou ao Senhor, dizendo: 16- Ó Senhor dos Exércitos, Deus de Israel, que estás entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra. 17- Inclina, ó Senhor, os ouvidos e ouve; abre, Senhor, os olhos e vê; ouve todas as palavras de Senaqueribe, as quais ele enviou para afrontar o Deus vivo. 18- Verdade é, Senhor, que os reis da Assíria assolaram todos os países e suas terras 19- e lançaram no fogo os deuses deles, porque deuses não eram, senão obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso, os destruíram. 20- Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus, livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o Senhor.”
Ezequias apresentou a afronta de Senaqueribe ao Senhor. O rei sabia que quem daria a vitória era o próprio Deus. (V.8a: Com ele está o braço de carne, mas conosco, o Senhor, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras.)
É preciso saber que Deus está do nosso lado, ou melhor, nós estamos do lado d’Ele.
As portas do inferno jamais prevalecerão contra a Igreja de Cristo (Mt.16:18:)
Essa declaração que Jesus fez a Pedro é irrevogável, eterna.
Quando confiamos em Deus não cedemos às investidas nem às tentações do inimigo. Não fazemos como Esaú que vendeu a primogenitura por um prato de lentilhas. (Gn.25:34)
A confiança no Senhor é que nos dá vitórias eternas na batalha da vida.
CONCLUSÃO:
Amados, a Vitória que procuramos e almejamos deve ser a vitória eterna contra o maligno. Não há nada que possamos conquistar nessa vida que valha a nossa Salvação.
Uma Igreja Vitoriosa é uma Igreja que tem a visão de Deus acima de todas as coisas, uma Igreja que faz uso de estratégias santas em sua batalha.
Hoje aprendemos essa realidade, e que nós possamos aplicar em nossas vidas essa Palavra de Deus;
1. Reconhecer o poder do inimigo;
2. Buscar conselhos com os santos;
3. Tapar o suprimento de acusações do inimigo;
4. Restaurar as muralhas da nossa vida;
5. Confiar piamente no Senhor.
Em Cristo Jesus. A quem seja toda a Glória, Honra e Louvor por toda a eternidade. Amém.
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