domingo, 19 de junho de 2011

A Fé que Transpõe Barreiras


Texto: Marcos 2:1-12

Introdução

Ultimamente venho aprendendo algumas lições a respeito da natureza da fé que possuímos em Cristo. Uma delas é de que a fé é uma substância, que embora seja de natureza espiritual, muitas vezes transpõe barreiras metafísicas atingindo a realidade física e natural em que vivemos.

A fé, assim como nas substâncias da física, possui um conjunto definido de propriedades na sua composição. A fé como substância opera em proporções de volume, assim como diz em Rm 12:6; “Aquele que profetiza, faça segundo a proporção da sua fé.” Outra propriedade da natureza da fé é sua forma de expressão, ela pode ser tanto individual quanto coletiva. A fé coletiva, como o próprio termo sugere, opera através do acúmulo das proporções presentes em cada um dos indivíduos. A fé individual te leva à salvação, mas é a fé coletiva que te leva a nutri-la e desenvolve-la.

É a fé como substância coletiva que nos leva a transpor barreiras. Em Marcos 2:1-12 encontramos um relato maravilhoso sobre a fé coletiva em ação. Neste relato encontramos 5 amigos numa missão especial, 4 deles precisam levar 1 paralítico diante de Jesus, mas antes precisam enfrentar algumas barreiras no seu caminho.

A primeira barreira que encontramos é a multidão.

Este é o primeiro nível da fé coletiva. É o primeiro passo, onde a fé transpõe as barreiras naturais e físicas. Esta é aquela decisão inicial de levantar e ir, cobrir a distância necessária para se achegar diante de Jesus. Embora o paralítico cresse que Jesus podia o curar e seus amigos também, é apenas quando o primeiro passo foi dado que a fé coletiva foi colocada em ação.

Todos tomamos este primeiro passo cada vez que decidimos ir à alguma reunião na igreja ou na célula. Esta é a decisão que vence os primeiros obstáculos. Alguns de nós temos esta experiência diariamente, quando chega na hora de irmos à igreja vemos que o mundo começa a cair terra abaixo. Os filhos começam a brigar, bate um cansaço mental e físico e ficamos estressados, dentre muitos outros problemas. A fé coletiva vence estes primeiros obstáculos e te coloca a caminho de um encontro poderoso com Jesus.

Também na barreira da multidão, a sua condição inicial torna-se um veículo para o milagre. Pois vemos em Marcos 2:4 que, “o leito onde se encontrava o paralítico foi usado como instrumento para baixá-lo diante de Jesus.” “a primeira condição para ver um milagre é ter uma incrível necessidade.” Milagres só acontecem onde existem necessidades. Desta forma a sua necessidade inicial torna-se um veículo para o milagre.

Embora a condição do paralítico fosse exclusiva à sí mesmo, todos nós necessitamos achegarmos à Deus em humildade. Em Mateus 5:3 lemos, “bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.” Nossa condição para com Deus precisa ser sempre de dependência a Ele. Quando já não temos nenhuma necessidade de justiça é o momento que seremos humilhados. O fariseu em Lucas 18 orava de sí para sí mesmo, porém é o publicano que se humilhou diante de Deus que desceu justificado.

A segunda barreira que encontramos para a fé coletiva é a religiosidade.

Este é o segundo nível da fé. A fé sem religiosidade é a fé pura em sua essência, esta é a fé que Deus procura e que nos coloca diante dos olhos do Senhor.

Ao ver a fé dos 5 amigos e o paralítico diante de si Jesus declarou; “perdoados são os seus pecados.” Esta declaração causou um certo alvoroço entre os que se encontravam na casa de Jesus. O paralítico queria apenas ser curado da sua condição, porém Jesus vai ao centro da questão, e antes de curá-lo resolve tratar a sua verdadeira deficiência, a espiritual.

A fé coletiva que transpõe a barreira da religiosidade é aquela que trata de nosso caráter enquanto crescemos e nos relacionamos com Jesus. Por conta do pragmatismo atual, vejo que nossas igrejas e reuniões estão cheias de pessoas que buscam apenas a sua “vitória” ou o seu “milagre”, sem permitir que Deus trate das suas verdadeiras deficiências. O mais triste ainda é que muitas igrejas estão confeccionando a sua mensagem para atrair tais pessoas, depravando o Evangelho de Cristo da sua essência e pureza.

A fé coletiva deve vencer a religiosidade, pois numa reunião de verdadeiros fiéis se encontram pessoas verdadeiramente humildes de espírito que desejam crescer na sua fé individual e relacionamento com Cristo. Muitas vezes antes de recebermos a “nossa vitória” ou “milagre” Deus irá tratar nossas verdadeiras deficiências em sua raiz. Deus deseja que cresçamos espiritualmente independentemente se estamos sendo “abençoados” ou não.

Como em muitos outros exemplos no Novo Testamento, a deficiência do paralítico estava diretamente ligada à sua condição espiritual. Muitos hoje buscam atalhos para resolverem seus problemas e se achegam a Jesus somente pelos “serviços” que ele oferece.

A fé coletiva transpõe essa barreira do individualismo e pragmatismo religioso. A fé coletiva gera comunidade entre pessoas que buscam cada vez mais ser aperfeiçoadas à imagem de Cristo. É a fé em comunidade que nos mantém seguros e próximos ao nosso grande Pastor.

Hebreus 10:23-25 nos adverte; “Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. 24 Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. 25 Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.”

Conclusão

Como já mencionei antes, a fé individual em Cristo te leva à salvação, mas é a fé coletiva que te leva a nutri-la e desenvolve-la. A fé é uma substância tal que opera em proporções de volume e é somente quando a expressamos de maneira coletiva é que vemos os verdadeiros milagres acontecerem.

Como vemos em Marcos 2, a expressão da fé coletiva gera momentos onde vemos o agir da mão de Deus e todos então glorificam o seu nome. É no ambiente da fé coletiva que o Senhorio de Cristo é demonstrado em nossas vidas. Que sejamos sempre cheios de fé, tanto individualmente quanto em comunidade.

Compartilhando a Palavra

1. Como você reage diante de uma impossibilidade?

2. Você tem tido fé o suficiente, para acreditar que o milagre é possível em sua vida?

3. Você é uma pessoa que com a sua fé transpõe barreiras?

Nenhum comentário:

Postar um comentário