Texto: João 20:1-10
Os dois últimos capítulos do Evangelho de João tratam da ressurreição de Jesus. Jesus conversa com Maria Madalena, depois com os apóstolos (no mesmo dia) e uma semana depois volta a estar entre eles.
O diálogo de Jesus com os seus discípulos mais uma vez revela o amor de Deus, revela a Sua graça - que teima em nos amar, apesar da nossa incredulidade. Graça que se revela em amor por nós, apesar da nossa traição e negação, apesar da nossa falta de fé, que nos paralisa de medo, fazendo-nos trancar as portas da casa, para que ninguém nos encontre.
Jesus ressuscita e muda todo o ambiente, altera mais uma vez as perspectivas dos discípulos, e os enche de vida.
Esse momento na vida dos discípulos nos ensina que a graça de Deus é também abundantemente revelada na ressurreição de Jesus.
A graça na ressurreição insiste em que eu tenha paz “Paz seja convosco” (João 20:19,21,26)
Por três vezes o Senhor ressurreto diz aos amedrontados discípulos: “Paz seja convosco”. As portas estão trancadas e Jesus se põe entre eles. Aparece entre eles, e diz: “Paz”. Paz é a ausência de medo. Quando Jesus está entre nós não há razão para temermos, o que quer que seja. A graça de Deus, expressa também na ressurreição de Jesus, insiste em que eu tenha paz.
Mesmo depois de terem visto e ouvido o Senhor ressurreto, ainda assim temeram retaliações dos judeus. Por isso, se reuniam com as portas trancadas. Não acontece o mesmo conosco? Quando não nos apropriamos das palavras do Senhor, acabamos dando valor demasiado às circunstâncias.
Para viver bem, em meio às ameaças do mundo, eu preciso guardar no coração as palavras do meu Senhor: “Paz seja convosco”.
A graça na ressurreição tira do meu rosto o choro “Mulher, porque choras?” (João 20:15)
O momento é de muita tristeza. Maria agora está sozinha diante do túmulo. Ela perdera tudo. Aquele que havia sido a razão da cura em sua vida agora não mais estava ao seu lado. Enquanto ela chora Jesus se dirige a ela e lhe pergunta: “Mulher, por que choras?” Os momentos seguintes provavelmente foram de mais choro. Choro e abraço, como uma filha que abraça seu pai depois de um grande acidente. Abraçava tanto, e com tanto amor, que Jesus pede que não o segure mais. “Não me detenhas” (João 20:17).
O Senhor não quer que a nossa vida seja marcada pelo choro. Isso e graça de Deus. “Mulher, porque choras?” (João 20:15). E há uma razão para não chorarmos mais, apesar da crucificação, da dor, apesar dos soldados, do escândalo da cruz, apesar da traição de Judas, e da luta dos últimos dias. A razão está nas palavras seguintes de Jesus a Maria. “Subo para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus.” (João 20:17). Não há motivo para chorar, pois a ressurreição de Jesus revela que eu tenho um Deus e Pai, que cuida de mim.
A graça na ressurreição faz de mim, novamente, uma pessoa confiável “Apascenta as minhas ovelhas” (João 21: 15,16,17).
Por três vezes Jesus pergunta a Pedro se ele O amava. E por três vezes Pedro diz que sim. Logo na primeira pergunta, Pedro responde: “Senhor, tu sabes que te amo”. Depois, novamente a resposta: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Mas na terceira vez, Pedro se entristece por Jesus ter perguntado já três vezes, e então responde: “Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que te amo”.
Alguns exegetas e hermeneutas propõem que Jesus fez a mesma pergunta três vezes, para “compensar” as três vezes que Pedro O negou. De alguma maneira, Jesus estava curando a alma de Pedro de sua culpa. Se Pedro um dia havia negado o seu mestre por três vezes, agora havia confessado publicamente o seu amor, também por três vezes.
O melhor, contudo, está por vir. Jesus diz a Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas”. Isso significa que Pedro era novamente confiável. Mesmo tendo negado o seu Senhor um dia, agora voltava a ser alvo da confiança de Jesus, tanto que lhe foi entregue as suas ovelhas.
Não há nada na terra algo de mais valor pra Jesus do que as suas ovelhas. Jesus valorizou suas ovelhas mais do que a sua própria vida. Foi por elas que ele morreu numa cruz. Agora Jesus as entrega aos cuidados de Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas”.
Em outras palavras: “Eu confio a você, Pedro, o que me custou a vida, o que é precioso pra mim. Apascenta as minhas ovelhas”.
A graça na ressurreição me recoloca na melhor posição do mundo: ao lado de Jesus “Depois de assim falar, acrescentou-lhe: Segue-me” (João 21: 19)
Por duas vezes Jesus diz a Pedro: “Segue-me”. (João 21: 19, 22). Que palavra confortante para aquele que em menos de um mês havia saído chorando amargamente da presença de Jesus por ter traído a sua confiança.
Imagine como deve ter sido aquela noite para Pedro... O seu mundo desmoronou. Todos os seus projetos de vida se encerraram ali, naquela noite. Já pensou como foi que Pedro voltou para sua casa naquela noite? E as noites seguintes? Pedro praticamente não dormiu naquela noite, nem nas noites seguintes. Seu sono se misturava aos pesadelos, às traições, à crucificação de seu Senhor.
Mas então Jesus ressuscita, encontra-se com Pedro e diz a ele pra apascentar as suas ovelhas. E mais: diz a Pedro que o quer por perto. Por isso, diz: “Segue-me”, assim como nos tempos anteriores.
A graça de Deus se revela também nessas palavras. Deus me quer ao seu lado, apesar da minha fraqueza.
Conclusão
Que o Senhor nos faça entender a sua graça, que se revela poderosamente em Jesus. Quando eu a entender, saberei que, assim como Maria Madalena (naquela manhã diante do túmulo), ou como Pedro (naquela praia), não há nada que explique minha salvação, senão o amor de Deus revelado em Cristo Jesus.
Ali na praia, após a ressurreição, Jesus convidou os seus discípulos a que comessem pão e peixe, que ele mesmo preparara sobre as brasas. Ele também nos convida a comer a sua comida. Comida de abundante graça. “Vinde, comei” (João 21:12).
Compartilhando a Palavra
1.Você é uma pessoa que se sente privilegiada pela graça de Deus?
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1.Você é uma pessoa que se sente privilegiada pela graça de Deus?
2.Como você enxerga o amor de Deus pela sua vida?
3.Se você se encontrasse com Jesus, cara a cara o que você diria pra Ele?
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