quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Corações que não podem prosperar


Texto: Deut.15:7-15
Introdução
A lei da semeadura está claramente colocada pelo Senhor Jesus em Lucas 6.38 e foi ensinada por Paulo em 2Coríntios 9.6. Não podemos ignorar esse princípio bíblico. Todavia, devemos entender que a graça de Deus é maior e mais profunda.

Jesus disse que as aves do céu não semeiam e nem colhem, contudo, o Pai celestial as sustenta. Ele acrescenta que valemos mais que as aves, por isso o Pai também nos sustentará (Mt 6.26). Os suprimentos são de Deus e Ele dá a quem quiser na quantia que achar melhor.
Existe, portanto, um risco de alguém concluir que tudo aquilo que tem colhido seja fruto de sua própria semeadura. Mas tudo isso pode ser um grande engano. Para que a graça de Deus se manifeste não há necessidade de semeadura. Por favor, não me interprete mal. Não estou dizendo que a lei da semeadura não existe ou que não funciona. Ela funciona e é bíblica, pois tanto o Senhor Jesus como Paulo falaram dela. O que estou dizendo é que o Senhor nos oferece uma vida numa dimensão superior: uma vida pela graça (Mt 7.7,8; Rm 4.4,5).
Evidentemente, a própria semeadura é uma expressão da graça de Deus, pois ninguém poderia semear se a semente não lhe tivesse sido dada por Deus. Em primeiro lugar, entenda que a graça é a provisão de Deus para lhe dar a semente que de outra forma você não poderia ter. Se você comer a semente e preguiçosamente ficar esperando ganhar mais, pode ser que a graça de Deus o discipline.

Podemos barganhar com Deus?
O grande problema hoje no meio evangélico é a mentalidade de fazer barganha com Deus. Esse pensamento está baseado numa má interpretação do texto de Lucas 6.38. O primeiro equívoco das pessoas a respeito desse versículo é pensar que Jesus está falando de dinheiro. Na verdade esse princípio se aplica a todas as áreas de nossa vida. Esse é o princípio básico da semeadura e colheita: aquilo que plantamos, colhemos na mesma espécie, porém, numa medida muito maior.
A grande tentação é transformar a colheita numa motivação em vez de uma recompensa. Não há na Bíblia algo que nos ensine a ter uma motivação de ganho pessoal quando ofertamos. É lamentável as pessoas não entenderem que a visão de Deus é dar, não ganhar mais. Mas é verdade que se plantarmos colheremos. Deus não é contra prosperarmos. Pelo contrário, Ele ama nos abençoar. Mas, em relação à questão financeira, a motivação do coração é tudo (Pv 6.2).

Jesus disse que todo o que pede recebe, mas essa verdade é complementada com o entendimento de que é preciso motivações corretas (Tg 4.3). Quando você dá de forma despreocupada e espontânea, está seguindo o exemplo do Pai. Ele é benigno até para com os ingratos e maus. Nossa motivação para dar é ter o mesmo coração do Pai. Damos por pura alegria e compromisso.

O seu coração é a chave para a sua prosperidade. Um coração que se alegra e se compadece em dar e compartilhar, que deseja ver a obra de Deus avançando, é o tipo de coração que Deus abençoa com prosperidade e contentamento.

Quem jamais prospera
Jesus disse que onde estivesse o nosso coração ali também estaria o nosso tesouro. Isso significa que o coração segue o tesouro. Deus não está interessado em nosso dinheiro, mas em nosso coração. Infelizmente, nosso coração é facilmente seduzido dinheiro (Mt 6.21).

Há duas coisas que Deus olha quando fazemos algo para ele: atitude e motivação. Atitude é a forma como fazemos; motivação é a razão pela qual fazemos. Tanto a atitude como a motivação mostram o nosso coração. A respeito da forma, o Senhor diz
: “Não saiba a mão direita o que faz a esquerda”. Mas e quanto à motivação? Motivação é tudo, é ela que torna o nosso ser correto ou não diante de Deus.

Muitas pessoas querem ofertar simplesmente porque é um bom investimento. É certo que ceifaremos se plantarmos, mas deve existir uma motivação antes de darmos para simplesmente termos de volta. Deuteronômio 15.7-15 é um exemplo da importância de um coração correto quando se trata de ofertar para receber a bênção de Deus. Aqui temos uma visão do coração de Deus para ajudar as pessoas. O Senhor mostra que o ponto central, quando se trata de lidar com dinheiro e oferta, é o coração correto. Vamos ver algumas características de um coração que não prosperam.

1. Um coração endurecido (Dt 15.7)
Nada testa mais o coração do homem do que o dinheiro. A forma como lidamos com nossos dízimos e ofertas revela o nosso coração; sabemos que Deus não pode abençoar um coração errado.
A primeira advertência do Senhor é para que não tenhamos um coração endurecido, como lemos no verso sete. O coração se endurece por causa do egoísmo e da ganância. O coração egoísta tenta manipular Deus fazendo barganhas com Ele.
O dízimo e a oferta são um teste para o nosso coração. Na verdade, dízimo é dez por cento e o número dez significa também teste e responsabilidade dobrada na Palavra de Deus. Essa é a única situação em que somos desafiados a fazer prova de Deus (Ml 3.10).

2. Um coração egoísta (Dt 15.9) 
No verso 9 o Senhor adverte para que não haja em nosso coração um “pensamento vil”. Tais pensamentos removem a compaixão do coração. Pensamentos vis são pensamentos malignos de que não teremos o suficiente se formos fiéis a Deus ou que Ele não nos suprirá. Todos nós nascemos com um coração egoísta.

3. Um coração maligno (Dt 15.10) 
Observe que a promessa de Deus é que Ele vai abençoar toda a sua obra e tudo o que você empreender. A vontade de Deus é nos abençoar, mas ele nos adverte a não termos um coração maligno depois de ofertarmos. Isso é o que acontece com muitos, eles se arrependem de ter ofertado. Começamos a pensar em todas as coisas que poderíamos ter feito com o dinheiro e lamentamos interiormente.

Precisamos vigiar antes e depois de ofertarmos para que o diabo não semeie pensamentos malignos em nosso coração. Aqui temos outro problema: muitas pessoas se sentem pressionadas a ofertar e depois se lamentam por terem dado e ficado sem o dinheiro. Creio que vencemos isso quando entendemos, realmente, que o dinheiro que temos não é nosso, mas dEle; somos apenas mordomos cuidando de algo que não nos pertence.

4. Um coração sem generosidade (Dt 15.14) 
Generosidade é a marca registrada daquele que recebeu um novo coração. Corações de pedra são avarentos, mas corações de carne são generosos (2Cr 16.9).
Quando Jacó fugia de Esaú, ele teve a visão da casa de Deus como uma escada e ali fez o voto de ser dizimista. Vemos claramente ali que o dízimo é uma expressão de um coração grato. Dízimo não deve ser uma ação legalista, mas fruto de um coração agradecido pelas bênçãos de Deus (Gn 28.22).

5. Um coração ingrato (Dt 15.15) 
A última característica de um coração que não recebe a bênção é a ingratidão. Pessoas ingratas são avarentas, mas aqueles que contemplam a graça de Deus tornam-se agradecidas e, consequentemente, generosas ao dar. No verso quinze, o Senhor diz que a base final para qualquer oferta é a gratidão e o reconhecimento de que tudo o que temos recebido procede de Deus.
Precisamos lembrar que éramos escravos do diabo, mas que fomos libertos pela mão poderosa de Deus. Um coração grato é uma coisa rara, mas tremendamente poderosa. Poucos voltam para agradecer e quase ninguém pergunta como pode retribuir a bênção recebida.

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